São as características geomorfológicas da região que transformam esta Freguesia numa área de rara beleza natural, mas de difícil exploração agrícola.
Alexandre Herculano, numa das viagens que fez à Beira, não deixou de reparar “nas duas léguas de montes de aspecto singular. (…) grandes outeiros formando montanhas, e acumulados uns aos outros com a intersecção de valles de pequena cultura; conhece-se que são arroteações de recente data, cultivados na maior parte até aos cumes; são caminhos ladeirentos e tortuosos (…) para o lado do norte os territórios levemente ondulados até ao Vouga (…)”.(in. Apontamentos de Viagem na Estremadura até ao Vouga e na Beira (1853-54),publicados por Pedro de Azevedo em AHP, Vol. IX).
As próprias condições climáticas (região de chuvas abundantes no Inverno, temperaturas moderadas e uma estiagem quente e seca) estão na base das paisagens impressionistas da região.
São características desta parte da serra, árvores de folha caduca, como o freixo, o castanheiro, o carvalho, o amieiro, a nogueira, o vidoeiro, o sanguinho e o salgueiro, assim enumeradas por Frei João Baptista de Silves, que aqui viveu no século XVII. Nas suas Memórias, o supracitado frade carmelita do Buçaco, faz ainda referência a algumas espécies arbustivas como o azevinho, a hera, a murta e o tojo (provavelmente o ”ulex manus” identificado por Orlando Ribeiro, e que desempenhou papel fundamental na economia camponesa dos séculos XVIII e XIX).
MEIOS DE ACOLHIMENTO
Para melhor receber os visitantes e curiosos turistas, esta Freguesia dispõe de uma Pensão no lugar da Espinheira, e também ários establecimentos de restauração éspalhados pelos lugares da Freguesia.
O património natural, histórico, cultural e arqueológico de uma Freguesia é o resultado de um esforço conjunto por acompanhar a evolução dos termos sem nunca se esquecer as raízes e a identidade de cada região. Sazes do Lorvão é um belo exemplo da preservação de zonas verdejantes e de edifícios que exalam um pouco da sua história e da sua cultura, por isso, neste espaço, não podemos deixar de transcrever a descrição bucólica e saudosista que Vitorino Nemésio faz deste cantinho serrano:
“água e penedia onde a natureza se requintou em gastar por aqui os seus mais preciosos dons, erguendo montes e outeiros, alcantilando serras, cavando vales profundos, dispondo breves planaltos, enrolando e desenrolando curvas.
A VISITAR
• Igreja Paroquial
• Museu do Moinho Vitorino Nemésio
• Moinhos na Portela de Oliveira
• Moinhos da Serra da Mata
• Alminhas de Contenças
• Alminhas de Sazes
• Alminhas de Cácemes
• Alminhas de Ponte da Mata;
• Cruzeiro de Sazes;
• Capela de Palmares,
• Capela de Midões
• Capela de Conteças
• Capela de Palheiros
• Capela de Càcemes
• Capela de Covelo
• Capela de Ponte da Mata
• Paisagens verdes
EVENTOS ANUAIS
- Agosto
• Cácemes ( São Sebastião)
• Palmazes ( São João)
• Espinheira ( Nossa Senhora da Saúde)
- Setembro
• Contenças ( Nossa Senhora dos Romédios)
- Outubro
• Palheiros ( São José)
- Novembro
• Sazes e Midões ( Santo André e São Francisco)
MUSEU DO MOINHO VITORINO NEMÉSIO
Em pleno perímetro florestal da Serra do Buçaco, o Museu do Moinho Vitorino Nemésio, encontra-se instalado na casa de férias do Eng.º Arantes de Oliveira, Ministro das Obras Públicas no anterior regime, espaço adquirido na década de oitenta pela autarquia.
Em 1980, o moinho Vitorino Nemésio foi doado pelos herdeiros do escritor à autarquia, que o recuperou proporcionando-lhe a funcionalidade de outrora. Vitorino Nemésio, que foi Presidente da Associação Portuguesa dos Amigos dos Moinhos e " incansável moleiro das palavras", no dizer de David Mourão Ferreira, foi proprietário de três moinhos no concelho de Penacova, cujo património natural lhe serviu muitas vezes de inspiração, tornando-se uma incontornável referência cultural do Concelho.
Com o objectivo de preservar a história dos moinhos de vento e água e a memória dos seus moleiros, a autarquia fez o aproveitamento do espaço molinológico onde se insere o Museu do Moinho Vitorino Nemésio, prestando simultaneamente uma homenagem ao escritor açoreano.
O Museu do Moinho divide-se por dois andares e é composto por seis salas onde se encontra exposto um rico espólio ligado à farinação. O espaço dispõe igualmente de cafetaria e parque de merendas anexo.
O acervo patrimonial contempla artefactos ligados aos diversos tipos de moinhos de água e vento, assim como fotografias acerca do modo de vida dos moleiros. Estão identificados os tipos de moinhos de vento nacionais e suas especificidades, com especial destaque para o moinho serrano, característico da região Centro de Portugal.
Tipologia: Museus de Etnografia e Antropologia
Morada: Serra da Portela de Oliveira, Espinheira - 3360-287 Sazes de Lorvão
Contactos
Tel: 239 470 300 / 239 474 315
Fax: 239 478 098
E-mail: geral@cm-penacova.pt
Funcionamento
Inverno: de 3ª feira a domingo, das 11h às 12h e das 14 às 17h.
Verão: das 11h às 12h e das 14h às 18h. Moinho de Vento aberto no verão, das 17h às 18h.
Encerra à 2ª feira.